Imagem no ambiente de trabalho é uma coisa tão importante, ou mais, quanto de fato ser. (Postulado V do Manifesto Monkey S/A, vale a pena dar uma olhada depois de ler o post) E dentre os muitos fatores que podem manchar uma imagem profissional é a ingestão de álcool. O uso da cangibrina, marrdita, gelada, quando entre seus pares naquele momento de socialização em que a massa tá reunida e não apenas o seu metiê de confiança do happy hour ou da hora do almoço.
Ponto pacífico: você sempre está sendo observado, julgado, avaliado, visto no big brother corporativo, e não me refiro nem às parafernalhas tecnológicas, mas, dos convivas de labuta mesmo. Lembre-se, o meio corporativo é um microcosmo do mundo real, e o tribunal de dedos apontando seus “erros”, fofocas e julgamentos sociais só diminuem na escala, não na eficácia. Posto isto, fica claro o quanto o volume de ml de bebida alcoólica ingerida na hora equivocada pode impactar na sua imagem. Eu já presenciei alguns casos, mas nenhum supera o tsunami do meu relato abaixo.
CASE DE SUCESSO: FESTA DE FIM DO ANO
Um clássico, né non? Inclusive, um dos personagens de Monkey S/A, no capítulo Microondas Man (leia uma parte aqui), caiu nessa armadilha (spoiler).
Vi isso acontecer com o rapaz do contas a pagar. Sempre sério, responsável, um jovem meio quadradão e que tinha um gosto peculiar por camisas da cor marrom e um terno claramente um número acima. A festa de fim de ano aconteceu num dia de puro suco Rio 40 graus. A empresa montou uma estrutura fechada no pátio com direito a ar condicionado e muito chopp gelado. Papo vai, papo vem, chopp vem, chopp vai, e algumas horas depois o xovem estava mal, tendo que sair carregado sob pena de alguns e escárnio de canto de boca de outros. Na semana seguinte o bom moço nem olhava nos olhos de ninguém e acho que assim foi pelo resto da vida.
O tamanho do estrago nesses casos de festa da firma em que a massa tá reunida e não apenas o seu círculo de amigos como mencionado acima, vai depender do cacife do seu crachá. E às vezes, nem isso será o suficiente para salvar a tua trajetória. O cara bateu 150% da meta, ela gerou uma economia de 20% do budget, o case que ele criou virou TED Talks, tá beleza, mas ele será sempre o cara que amarrou a gravata na cabeça e desceu até o chão dançando bole bole bole gatinha.
Se você for do alto escalão, o risco de uma taxação fatal é menor. Você poderá ser visto como imprevisível, eclético, de apenas estar extravasando merecidamente a pressão que foi o ano. Agora, se você tá abaixo da linha do equador interno, meu amigo e minha amiga, aí é quase um game over sem continue.
Imagem. O mundo é cruel, pessoal. E o mundo corporativo é só um reflexo, um microcosmo do externo. Muita gente se delicia com espetáculos em que podem apontar o indicador. O tribunal da imagem é quase inquisitivo e um vacilo alcoólico nesse ambiente pode te marcar como gado.
UM DESAFIO EMPOLGANTE PRA VOCÊ!
Eu não bebo mais, apenas cerveja sem álcool, no caso, a Heineken Zero. Certo dia, vendo tv/stream e tomando uma, eis que, como mágica, passa exatamente um comercial da dita cuja que estava em minhas mãos. A peça da bebericagem mostrava um camarada indo tomar sua cerveja zero no escritório na hora do almoço, sob olhares incrédulos dos demais funcionários acreditando que ele estava manguaçando no trabalho. O que o comercial mostra que não, “achou errado, otário, é zero!” e termina com o slogan final do tipo “agora você pode, parça!”
Pode não. Marrr num pode mesmo, chefia. Claro, a ideia era entreter mostrando situações sociais em que o consumo da bebida alcoólica é descabido, no caso no trabalho ou no trânsito. Como em qualquer outra produção do tipo, este contraste facilita a memorização da marca/produto. Mas longe do comercial de pessoas perfeitas e risonhas, seja da margarina ou da cerveja, no mundo real corporativo, a parada é mais pesada e o buraco é mais em baixo. Imagine você tomando uma Heineken Zero algumas vezes na hora do almoço. Nada demais, tão natural quanto qualquer suco ou bebida não alcoólica. Por que haveria rebuliço? É bebida zero, ora!
Pois então, a chance de ter trelelê é beeem grande, sim isso porque que nossos julgamentos estão longe de serem tão racionais assim quanto reza o senso comum, principalmente quando em grupos com certos dogmas estabelecidos. As emoções possuem um peso grande nestas tomadas de partido. Mesmo sendo um produto zero, a chance de você ser taxado como “um ótimo profissional mas com um fraco pra bebida” é bem alta. Duvida? Fica meu convite então para que você participe do divertidíssimo desafio corporativo nas redes sociais de consumir cerveja sem álcool no expediente da sua empresa durante um mês. No fim desse período, conta pra gente o resultado. E se você ainda está por aí…
Como diz o ditado: onde se ganha o pão, não se toma a gelada. Mas, se o fizer, faça com estilo e torne esta uma experiência única e memorável, afinal, os romanos querem é espetáculo!
EM UM MUNDO CORPORATIVO TÃO, TÃO, DISTANTE…
O Monkey S/A é um livro de realismo fantástico corporativo que introduz, ao longo de suas nove histórias, alguns dos cenários e personagens do Monkeyverso em situações tão surreais quanto qualquer dia na sua empresa. O livro será lançado em Dez/23 e caso queira receber informações sobre sua futura disponibilidade, cadastre-se abaixo. Muito obrigado por leitura
Caso possa compartilhar meu trabalho nas redes, ficarei duplamente agradecido!