Uma ode a Jujuba.
Descobri esta semana que não sou o único que, no expediente, ao ser acometido por pequenos lapsos, singulares lampejos de ataques de fúria controlados e devidamente internalizados para um futuro burnoutinho ou pipoco na pele, consome estas guloseimas maravilhosas denominadas como jujubas para amenizar a pressão.
E isto na mesma semana.
O primeiro estalo veio de uma amiga que, durante uma festa em homenagem a São Cosme e Damião, disputou comigo páreo a páreo as jujubinhas oferecidas na mesa para os convidados. Foi um embate feroz e indiferente aos sabores artificiais e toda sua coloração.
— Adoro Jujuba. Disse ela em determinado momento.
— Eu também. Jujubas me salvam no trabalho. Ao invés de me descabelar, como jujuba. — disse-lhe.
— Eu também faço isso! — respondeu-me empolgada como se encontrasse um membro secreto da seita. É um estressesinho e uma jujuba pra dentro!
— Isso! Melhor diabetes que infartar! — concluí sem titubear.
— É sobre isso.
E calamos a boca com mais açúcar.
O segunda prova empírica do poder quase curativo das referidas balas, aconteceu como se eu estivesse assistindo meu próprio reflexo ao presenciar uma outra colega jogar vários punhados de jujuba boca adentro em menos de alguns minutos, praticamente esvaziando um saco daqueles grandes.
Fazia tal proeza enquanto lia um longo e-mail daqueles que nos tiram o resto da paciência que se esvaiu pela manhã. Alternava bufadas longas com a plenitude nirvânica de parcos segundos alcançada pelo paladar ao encontrar toda aquela bomba de açúcares, substâncias industrializadas, condimentados artificiais nada salutares, mas incrivelmente saborosos.
Duas provas cabais num curto período de tempo foi o suficiente para exercer todo o meu viés cognitivo em sacramentar o consumo desenfreado de jujubas no meio corporativo como um deleite secreto, porém, vicioso e generalizado, cujas provas se revelam somente nos plásticos rasgados encontrados em nos bolsos e bolsas em dias de arrumação ou lavagem de calças.