MODA CORPORATIVA: HIPSTERS

Se por um lado o estilo ganhou força nos anos noventa e agora vive um certo declínio após diminuírem os holofotes da mídia e da indústria cultural sobre ele, no mundo corporativo tal tendência ganha cada vez mais espaço entre as baias e corredores internos das empresas alocadas nos grandes centros finaceiros e econômicos mundiais.

Hipsters?!Não tem a mínima ideia do que se trata? A Revista Time dá uma dica:

Hipsters são os amigos que zombam de você quando você começa a gostar de Coldplay. Eles são as pessoas que vestem camisetas de tela de seda com citações de filmes dos quais você nunca ouviu falar e são os únicos na América que ainda acham que Pabst Blue Ribbon é uma boa cerveja. Eles usam chapéus de cowboys e boinas e acham que Kanye West roubou seus óculos de sol. Tudo a respeito deles é construído exatamente de forma a fazer parecer que eles simplesmente não se importam.

E se externamente a moda hispster anda meio démodé, ela vem chegando forte no business world.

São os hipsters corporativos.

Tendência que veio para ficar ou moda passageira um tanto cringe? Não importa. O estilo Hipster ainda tá por aí fazendo a cabeça dos descolados e descoladas profissionais nas empresas dos grandes centros urbanos. E quem deu algumas dicas valorosas aos leitores da Burles.CORP de como montar o seu look hipster para o dia a dia foi Otto Larsen, VP de novos negócios da Monkey S/A um dos pioneiros e fervoroso evangelista desse estilo no meio corporativo. A seguir, alguns dos tópicos abordados pelo executivo na entrevista:

Cargos Propícios:

Engana-se quem acha que somente os cargos mas descolados, sexys, pomposos e mais propensos a algum tipo de adicção como Marketing, Publicidade, Novos Negócios e Digital estão aptos a adotarem o estilo hispster. Não, nada disso. Contadores, Jurídico e até o pessoal do labirinto burocrático do Departamento de Pessoal pode se valer desse estilo. Basta ter atitude e exercitar o desapego de imagem. E parte da dignidade.

Sobre o Visual:

A estampa brega-antenada-alternativa, que faz parte da identidade do estilo nas ruas, permanece intacta dentro das paredes de aço e vidro das empresas. Coques samurais, topetes e madeixas desgrenhadas e levemente descoloridas. Óculos de sol com armações largas e coloridas para uso interno junto a ternos e saias retros, diretamente saídas de séries corporativas como madman compõem boa parte do visual do hispster corporativo. Gravatas coloridas com estampas de bichinhos, bottons com mensagens de “Capitalismo Social” e “Salve o Verde” vestem bem ao mesmo tempo em que são fiéis ao estilo e causam ótima impressão junto a sociedade e, o mais importante, perante os acionistas. A jovialidade intelectualizada blaisé que pode ser invocada pelos acessórios corretos é única, mas sempre um sacrifício diário.

Mais Produtividade:

De nada adianta ser produtivo no trabalho sem estilo. Hipstares corporativos sabem que performance e garbosidade andam juntos e não necessariamente neste ordem. Retroprojetores, máquinas de datilografia, mimeógrafos e computadores que relembram as garagens dos grandes ícones da tecnologia dos anos sessenta fazem parte das ferramentas de uso diário dos que transitam neste meio. Nada de stream ou similares, mantemos o ritmo pulsante da música graças a nossos discmans coloridos e arrojados. A olhos despercebidos pode parecer um desatino alcançar as metas desumanas de produtividade, mas, vejam os nossos antepassados, possuíam dispositivos infinitamente mais rudimentares e vejam o que construíram, com um prazo muito mais apertado para entrega do resultado, uma vez que suas expectativas de vida eram ínfimas.

Pense também na decoração ao seu redor, fator importante para passar uma aura de uniqueness. Tente a combinação minimalismo burlesco, sempre funciona. Ìtens como os incensos eletrônicos, sem aroma, são ótimos para uso company indoor e criam uma imagem de funcionário espiritualizado e holístico com todos os setores.

Na Alimentação:

Sim, cafés e expressos descafeínados de grandes cafeterias globais com sabores e originários de lugares inusitados do terceiro mundo ainda são obrigatórios para quem segue este work lifestyle. Mas se você quer estar na vanguarda, saiba que as drinking machines de combucha estão deixando de ser tendência e já fazendo parte da rotina de trabalho dos mais antenados.

Ainda que estejamos em empresas exploratórias de regiões menos desenvolvidas, prezamos e respeitamos os hábitos locais, então, é de praxe pedirmos pratos das grandes redes internacionais que valorizem os ingredintes locais, como a água.

Hipsters Gestores:

Em essência, o modelo hipster une modernidade, nostalgia, estilos de vida alternativos e de consumo numa pretensa contramão do consumo das massas. Em se tratando de gestão, estes verdadeiros valores são todos transpostos para os desafios corporativos internos quando adotamos a maneira old school de trabalho.

Existe uma verdadeira magia em como os negócios antigamente eram feitos e conduzidos. O mito do líder realizador uma menor “burocracias” nos relacionamentos internos geridos pelo RH, quando havia e uma resignação quase heróica entre os subordinados. Havia mais sentido e glamour anteriormente, menos concorrência e a naturalidade de bebidas alcoólicas nas salas da chefia. É isto facilitava a função de gerir equipes. E isto que buscamos atualmente.

O restante da entrevista poderá ser conferido na próxima edição da Revista Burles.CORP, que traz ainda outros destaques imperdíveis como as negocições de compra da agência Totem e os novos negócios e investimentos da Zora Company.

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