Top 10 Trilhas sonoras para o seu próprio dia corporativo de fúria pessoal.
Esta é uma série de posts, uma franquia digamos assim, em que atendendo a pedidos (?), farei a curadoria de músicas propícias a certos momentos e situações vividas no ambiente corporativo. E para começar, a difícil escolha baseada em meu gosto e repertório particular, de algumas das muitas possíveis Top Dez músicas para um dia de fúria Corporativa perfeito.
Dia de Fúria é um filme de 93, com Michael Douglas. Em que, Foster, o personagem corporativo da vez, tem o seu dia de fúria numa Los Angeles infernal. Baseado nisso, segue uma Top 10 Trilhas sonoras para o seu próprio e particular dia de fúria corporativa. Assédio, puxa-saquismo, petulância, politicagem, fritagem, falsidade, ignorância, ruindade, abuso de autoridade, Seja qual for o seu motivo, as canções abaixo agregarão muito mais valor a sua performance. Boa sorte e lembre-se: acima de tudo: divirta-se!
1. Freedom – Anthony Hamilton & Elayna Boynton
Seja lá qual o motivo do seu destempero e do seu senso de justiça freestyle, Freedom, evidenciada em Django Livre, é o ponto de partida ideal. Esta é uma canção para iniciar os trabalhos da sua ira, vingança ou acerto de contas. Ela é classuda, charmosa, praticamente nos move para uma busca épica e passional. Freedom é para o momento em que você se levanta resoluto de sua cadeira e dá os primeiros passos da sua cruzada pessoal para encarar aquele chefe escroto ou resolver suas diferenças com a diretoria, agora, à sua maneira…
2. Bombtrack – Rage Against the machine
Ok, ok, se você pretende usar esta trilha sonora então tu terás que subir o nível da hecatombe. Bombtrack é para um patamar de Clube da Luta, nada menos apoteótico do que isso.Trata-se de uma música para um Dia de Fúria de verdade, daqueles que separam sêniores de juniores, gerentes de trainees, que ocorrerá durante 24h, mas ficará gravado por anos na lembrança daqueles que assistirem o espetáculo de um servidor apagado, um exposed irremediável ou a explosão coordenada de todos os garrafões d’água da empresa ao mesmo tempo. Afinal, com grandes canções vêm grandes irresponsabilidades.
3. Arcade Fire – Wake UP
Wake Up cai como uma luva para os rebentos da geração Z, cheio de brilho nos olhos, joelhos saudáveis e agraciados daquela bravura indômita e radiante, diferente dos seus pares mais antigos já desenganados dos discursos internos e resignados com a evolução de sua L.E.R., único avanço adquirido na carreira em todos esses anos de casa. Mais do que desafiar o status quo, pelo seu ímpeto, inocência ou ignorância, Wake UP tocando pode levar estes jovens juvenis a criarem verdadeiras revoluções!
4. Don’t Stop Me Now – Queen
Não, ninguém poderá pará-lo agora! Até porque um bastão de baseball tende a gerar certo dificuldade a retenções alheias… Depois do pavio aceso, da pedra atirada e do berro emitido no meio do setor e dos olhares arregalados e assustados de toda a operação, não há mais volta. Enjoy the ride, Don´t Stop Me Now é a canção para que você aproveite o momento, requebre (e quebre) bastante e impressione com tamanha atitude. É a música do seu momento de euforia antes daquela posterior bad trip de arrependimento e choro de nervoso no banheiro.
5. Cities On Dust – Siouxsie And The Banshees
Assim como Don`t Stop me Now, Cities on the Dusties é para curtir a adrenalina e a endorfina de um Dia de Fúria já em andamento. Porém, não tão festivo, mais numa pegada gótica/Wandinha. Cities é para um troco bem dado, cozido em banho maria e calculado milimetricamente em sua efetividade e fluidez. Muita gente também costuma ouví-la após o fato consumado, com um sorriso largo, faérico, debochado brilhando no escuro do quarto provando que, apesar de tudo que passaste na mão de seus algozes, quem gargalhou histericamente no final da história foi você.
6. Ma Baker – Boney M
Eu trabalhava em uma sala com uma ampla janela de vidro refletivo para um longo corredor principal da empresa em que todos os funcionários, todos, transitavam de alguma maneira. E certa vez, presenciei um gestor sendo colocado no devido lugar por uma uma colega de trabalho que, segundo a rádio corredor, estava sendo sabotada por ele. No meu pod, nessa hora, tava tocando Ma Baker enquanto ela apontava o dedo em riste várias vezes na cara atordoada do mancebo. E desde então, toda vez que ouço/fico a par de alguma história de cara escroto emparedado por uma moça, automaticamente surge esse clássico de Boney M como a trilha sonora perfeita para a cena imaginada.
7. Disorder – Joy Division
Um clássico pós-punk do descontrole emocional. Disorder é para dias de fúria causados por fatores externos ao trabalho. Aquela desilusão amorosa, um dia ruim ou a morte do Green na sexta temporada de WD, enfim, algo que acaba servindo como estopim para que pessoas introvertidas destas bandas de manchester tropicais se abalem e canalizam sua ira sobre aquele funcionário que sempre faz a mesma piadinha ou comentário imbecil ou aquele que todo dia esquece e pergunta a senha do sistema. Disorder é para aqueles dias de fúria inesperados, que faz com que todos fiquem atônitos e incrédulos. E respeitosos, agora em diante.
8. Highway the Hell – AC/DC
Pega a cena (fazendo enquadramento com as mãos): você é massacrado na empresa, teu chefe é um cretino, seus pares não ficam atrás e você odeia mas precisa estar ali. Até o dia em que você é selecionado para aquela vaga esquecida dos sonhos daquele aplicativo 670 etapas bizarras, ou a sorte grande bate à sua porta e você ganha aquela bolada. Você então atravessa aquele lugar insuportável pela última vez, com Highway to Hell tocando ao fundo. Homérico e igualmente dantesco pelas injúrias e o esfuziante “discurso de despedida e felicitações” que com certeza vocês disparará até a saída.
9. Society – Eddie Vedder
Um Dia de Fúria e descoberta. De repente você acorda de madrugada, num estalo, e se dá conta que todo aquele sistema de produção, esta máquina de moer gente, a verdadeira corrida de ratazanas em torno do próprio rabo está acabando com as pessoas, o meio ambiente, com o próprio tecido da nossa realidade. De que nosso egoísmo, materialismo e violência são instigados diariamente nessa roda carcomida. Society é para tomada de consciência, um dia de fúria intimista, daqueles de jogar tudo para o alto e buscar seu próprio caminho. Mas aí você lembra que é sábado e esqueceu de trocar a programação do despertador e deixa tudo isso pro mês que vem, porque tá chegando a Black Friday e fica uma loucura essa época na empresa.
10. Roads – Portishead
Para momentos antes da percepção da necessidade de um Dia de Fúria para fazer girar a roda da sua vida profissional. Canção densa, tensa, entre o silêncio e o momento da explosão emocional, quando tudo aparenta uma calma enganosa, uma falsa serenidade como se você quisesse ganhar tempo em decidir algo que já está sentenciado e sem volta agora. Roads é aquela canção para atos que todos desejam fazê-lo, como peitar o gerente do supermercado por não deixar passar cerveja no ticket alimentação ou se negar a participar de mais uma gincana motivacional vexatória do comercial, mas que estão oprimidos demais e com as contas bagunçadas para servirem de mártires institucionais nesse momento.
PARA FECHAR – LAST DAY – Moby
Alma lavada. Do terraço da empresa apreciando apreciando o pôr do sol antes que o arrependimento bata, sentado/a e tomando uma cerveja long neck gelada, afinal a essa altura o que importa a política interna da empresa que proíbe o consumo de álcool. Last Day cai como um abraço e nunca um título musical se encaixaria tão bem para o momento.
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