Um relatório sobre comunicação publicado pela Axios HQ e intitulado “The 2023 state of essential workplace communications”, mostra que a coisa nessa seara tá meio descacetada.
Em Monkey S/A: num mundo tão tão distante eu escrevo sobre um mundo corporativo “alternativo”, em que extrapolo uma série de bizarrices do meio no livro. Um desses tópicos é a comunicação interna. Um clássico, top of mind das lamúrias departamentais.
Nesta pesquisa, a Axios HQ revela dados muito relevantes que indicam e embasam esse gap maroto entre líderes e liderados em relação a comunicação, ou a falta dela, e a sua ineficiência em chegar ao ponto capaz de gerar as ações desejadas. Só pedrada:
“66% dos líderes acham que estão em sintonia/alinhados com seus funcionários. Daí que, só 44% dos liderados concordam”
Quase 50% do povo subordinado acredita que não estão trabalhando na mesma vibe que seus líderes. E quase 70% da liderança acredita que tá rolando um flow perfeito. Semelhante a muitos casamentos.
“As comunicações essenciais na minha organização são:
úteis e relevantes: Líderes: 77% / Liderados: 46%
claras e engajadoras: Líderes: 78% / Liderados 51%”
Perto da metade dos funcio…, digo, colaboradores, acredita que aquelas informações desatualizadas da intranet ou daquelas brochuras institucionais genéricas com capa de banco de imagem sueco gratuito são inúteis e/ou irrelevantes, por exemplo. E mais de 50% acredita que a comunicação é confusa e extremamente engajadora para bater o ponto no gim do expediente.
“Como os líderes de sua organização poderiam melhorar as comunicações essenciais que fornecem?“
39% dos funcionários acreditam que se tratassem de tópicos mais relevantes. 36% pudessem dar feedback, um retorno.
Isso significa que praticamente 40% do baixo clero acredita o que de fato importa no trabalho não é comunicado além da dificuldade em dar um retorno. Comunicação sem via de mão dupla. Me fez lembrar minha avó: manda quem pode, obedece quem tem juízo.
“A equipe e as partes interessadas em sua organização encontram rapidamente os objetivos, estratégias e diretivas de que precisam?”
Líderes: 70% acreditam que sim.
Liderados: 46% tão mais perdidos que estagiário no primeiro dia
Ou seja, 70% do andar de cima (da empresa, não seus vizinhos) acredita que a informação tá fácil, que o pessoal tem acesso claro, rápido e direto sobre e para onde a empresa vai, seus objetivos e estratégias. Já 46% dos empregados dizem que não. E olha que é o mote é o acesso, imagine se fosse co-participação na elaboração, hein?
O cenário mostrado não é nenhuma novidade. Mesmo em tempos de plataformas de compartilhamento, disseminação da dados, informação e geração de conhecimento colaborativo, I.A., metaversos coloridos, a boa e velha reclamação da comunicação corporativa que deixa a desejar continua firme e forte. E, aposto todas as minhas nfts de macaco de que isso não mudará tão cedo…